Renato abre o jogo e fala sobre saudade do Rio e ciúmes da filha

Publicado  sexta-feira, 8 de abril de 2011


No passado ele disse que desfilaria nu por Ipanema, que dormiu com mais de mil mulheres e se denominou o rei do Rio de Janeiro. Estes são apenas alguns exemplos de inúmeras frases que tanto deram o que falar. O personagem em questão é Renato Portaluppi, o Renato Gaúcho. Mas a história agora é outra. A tão famosa irreverência anda sumida. O treinador do Grêmio se diz mais experiente, querendo fugir das polêmicas que o acompanhavam de perto.


A mudança do Rio de Janeiro para Porto Alegre, que aconteceu no ano passado após assumir o comando do Grêmio, é um dos fatores determinantes para isso. Em bate-papo com o GLOBOESPORTE.COM, Renato confessa que a saudade da cidade que o acolheu tão bem é grande. No Sul, além de não ter a tão querida praia de Ipanema, ele não consegue nem se mudar para um apartamento em função do enorme assédio dos gremistas que o idolatram. Renato ainda mora em um hotel.
Mas o mais agoniante é a distância da filha Carolina, de 16 anos. Assumidamente ciumento - chegou a dizer que instalou uma câmera em seu quarto com a desculpa da saudade - Renato Gaúcho não desgrudou da herdeira um segundo sequer nos dias em que esteve no Rio para a disputa do Mundial de Futevôlei 4x4. E diz que foi por ela que aceitou o desafio de treinar o clube onde é ídolo. Mas, mesmo com todos os contras, garante que não houve arrependimento com a decisão e sonha levar o Grêmio à conquista da Libertadores, que venceu como jogador. Confira abaixo a íntegra da entrevista.
GLOBOESPORTE.COM: É nítido como no Rio de Janeiro você se sente em casa. Do que mais sente falta desde que se mudou para Porto Alegre?
Renato: Sinto muita falta da praia, do futevôlei, do calor... Aqui é verão o ano todo. Nunca estive tão branco na minha vida (risos). Antes do Mundial estava há mais de três meses sem jogar futevôlei. Sinto uma saudade imensa da Carol (sua única filha) também. Mas tenho de trabalhar, não é? Se eu fosse rico estaria aqui agora levando esta rotina que eu sempre gostei muito.
A saudade da Carolina deve mesmo ser grande. Você não desgrudou dela um minuto sequer enquanto não estava jogando futevôlei. É a parte mais difícil? Como é sua relação com ela?
 Com certeza. Sempre que posso estou com ela. Temos uma relação muito aberta, falamos sobre todos os assuntos sem qualquer problema. Ela sempre abre o jogo comigo. E eu, como é dever de todo pai, aconselho sobre qualquer coisa. Sou mais velho, com uma grande experiência de vida. E ela está com 16 anos, perto de completar 17, tem muito o que aprender.
Você sempre foi ciumento quando o assunto é a Carolina. Chegou a dizer que tinha instalado uma câmera no quarto dela para monitorar a vida amorosa (confira o vídeo abaixo). Como consegue separar esse lado?
Eu sou muito ciumento com ela mesmo. Mas nossa relação, como eu falei, é aberta. Ela me conta tudo. Mas a Carol está crescendo, já está com 16 anos... Essa é a fase em que acontecem os namoros, fica querendo sair mais... Não posso estar 24 horas ao seu lado. Só espero que ela saiba se defender se algo acontecer. Mas deixa essa coisa da câmera para lá.
Já pensou em levá-la com você para Porto Alegre?
Não tem como, infelizmente. A vida dela está aqui, precisa completar o colégio... Mas eu tenho de trabalhar. Faço isso por ela, não deixo faltar uma coisinha sequer na sua vida.
Como é a sua nova rotina em Porto Alegre? Como substituir os prazeres que tanto te fazem falta?
Não tem como. Eu moro em um hotel. Minha vida se resume a sair, ir para os treinos, voltar para o hotel, ir para os jogos e depois voltar mais uma vez para o hotel. Essa é a rotina. Eu não tenho como sair nas ruas. Aqui eu posso jantar em um restaurante, curtir minha praia... Tem assédio, mas não como é em Porto Alegre.
Você já foi idolatrado pelas torcidas do Flamengo, onde conquistou um Campeonato Brasileiro, do Fluminense, onde marcou o histórico gol de barriga, e do Vasco onde fez grandes trabalhos como treinador... Já viu algo parecido como o carinho dos gremistas?
Sei como é o carinho dos cariocas, mas não existe nada parecido com o que passo em Porto Alegre.  Eu não consigo sair nas ruas. Não tem como, não dá nem para andar. Fiz gols importantíssimos como os da final do Mundial e o carinho pelo clube é imenso também. Mas é uma realidade. Por exemplo, moro até hoje em um hotel porque nem em prédio residencial tem como. Se descobrem vai ter gente batendo na porta, os vizinhos vão se incomodar, além de querer tirar uma casquinha também...
Falando desta maneira, parece até que bate um arrependimento de ter aceitado o convite para retornar ao Olímpico... Você sente isso?
Claro que não. Não há qualquer tipo de arrependimento. Comecei no Grêmio, foi uma honra ter recebido o convite. Além disso eu precisava trabalhar e o Grêmio oferece uma estrutura maravilhosa.
O Renato Gaúcho frasista e polêmico de outros tempos parece ter ficado no Rio de Janeiro. O que aconteceu? Está realmente mais calmo?
É por aí mesmo... Estou mais calmo... E mais experiente também... Estou com 48 anos e prefiro falar pouco. Não quero me estressar e acabar entrando em qualquer tipo de provocação.
Após muitos anos comandando clubes do Rio de Janeiro, como é mudar para o Sul, que tem um futebol tão característico?
Sou gaúcho e conheço muito bem o futebol do Sul. Tanto é que tive um começo maravilhoso, sem problemas de adaptação. Ano passado terminamos entre os quatro primeiros do Brasileiro, este ano conquistamos o primeiro turno do Gaúcho e estamos lutando na Libertadores. E todos nós queremos muito mais.
Nesta temporada, uma das grandes apostas foi Carlos Alberto, outro velho conhecido dos gramados cariocas. Você já foi até criticado por escalá-lo. Como ele está? Vale a aposta?
Claro que vale. Ninguém discute a qualidade do Carlos Alberto. Foi um jogador que eu lancei no Fluminense com 17 anos. É um vencedor, mas ele precisa se ajudar. Apoio da diretoria, do técnico, da comissão e dos jogadores ele tem. Agora ele precisa retribuir. Mas se vale a aposta? Vale sim.

Fonte : globo.com



0 comentários: