O médico Gustavo Campos, responsável técnico pelo atendimento de urgência do Engenhão, no domingo passado, na partida entre Flamengo e Vasco, discordou das acusações de que o socorro prestado a Ricardo Gomes foi deficiente. Em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, ele disse que o local tinha seis ambulâncias com UTI, um centro médico equipado, outros dois postos de atendimento, 33 profissionais entre médicos e enfermeiros, além de 46 socorristas espalhados pela arquibancada e 6 condutores das viaturas, que também são treinados.
"De longe é difícil distinguir se é UTI ou não. Quem tem experiência em ambulância consegue ver, nas fotos que foram publicadas, os equipamentos que a transformam em UTI. As que estavam no Engenhão eram equipadas para qualquer tipo de emergência. A própria equipe cirúrgica do Hospital Pasteur elogiou o atendimento, disse que foi rápido”, defende Campos.
“Em menos de duas horas, nós fizemos o pronto atendimento, removemos, estabilizamos no Posto Médico Central, transferimos para o hospital, foi feita a tomografia e iniciada a cirurgia. A demonstração de todo o sucesso é a recuperação que ele vem tendo”, completa.
As críticas ao trabalho da equipe médica do Engenhão partiram de Michel Simoni, ex-médico do Fluminense, e de Osmar de Oliveira, médico e comentarista da TV Bandeirantes. O primeiro falou em falta de estrutura no estádio e em atendimento demorado e precário ao treinador vascaíno. O segundo disse que a ambulância era oca, não tinha UTI e estava lá apenas para fazer propaganda.
Campos afirma que a ambulância era uma UTI móvel dotada de todos os aparelhos, como desfibrilador e respirador. “O Michel Simoni falou que a transição dentro do estádio foi lenta. Isso não funciona como ele pensa. Nós tínhamos que estabilizar o paciente no ambulatório, para diminuir o risco dele ter uma parada cardíaca ou outro problema dentro da ambulância. Isso iria atrasar a sua chegada ao hospital. Mesmo sendo uma ambulância com UTI, qualquer atendimento ao paciente, como uma ressuscitação, por exemplo, só pode ser feito com ela parada”.
Quem administra o atendimento médico no Engenhão é a Saver Consultoria e Treinamento, responsável pela manutenção das ambulâncias, inclusive as da Unimed. Segundo Campos, a empresa é obrigada a seguir duas legislações: “Uma é o Estatuto do Torcedor, de 2003, e outra é a Resolução 80/2007, da Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro, a mais exigente. Ela nos obriga a ter um médico para cada dois leitos e um leito para cada 2.000 pessoas previstas”.
“Neste jogo entre Flamengo e Vasco, a previsão era de 42 mil torcedores. Tinham seis ambulâncias no Engenhão, sendo 4 da Unimed e 2 da Saver. Isso porque este é o confronto mais problemático que temos. Além disso nós contávamos com 3 postos de atendimento, 20 leitos, 16 médicos, 9 enfermeiros, 8 tecnicos de enfermagem e 46 socorristas espalhados pelas arquibancadas”, explica.
Fonte : uol.com.br
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