Em meio a toda a comemoração pela conquista do tricampeonato mundial de voleibol no Palalottomatica Arena, em Roma, o líbero daseleção brasileira, Mario Jr., deu uma declaração que chamou a atenção pela sinceridade. "O mais difícil foi entregar o jogo contra a Bulgária. No começo, eu não consegui. Não sabia como fazer, pois nunca tinha feito isso antes", afirmou, em entrevista ao canal SporTv.
Dois dias depois, porém, o líbero mudou de ideia. De volta ao Brasil, o substituto de Serginho se retratou. "Foi uma colocação infeliz", afirmou, diante de todos os companheiros deequipe. "Eu errei e ninguém quis entregar. Foi complicado na hora que olhamos para o outro lado e vimos a Bulgária daquele jeito, sem muitos jogadores importantes. Estávamos sem Marlon, doente, e o Bruno tinha febre, não podíamos perder as oportunidade de poupá-los", emendou. A despeito da confissão, da escalação sem levantador e da falta de vontade demonstrada durante todo o confronto, o discurso da equipe nacional estava ensaiado: o Brasil esteve mal naquela partida porque não poderia correr o risco de perder seu único levantador na ocasião em um duelo que não valia nada. Já classificados para a fase seguinte, brasileiros e búlgaros se viram em um dilema, visto que o derrotado cairia em um chaveamento teoricamente mais fácil, além de ser menos prejudicado pelo deslocamento. Porta-voz da seleção, o capitão Giba mostrou até uma certa irritação com tantos questionamentos sobre o assunto. "Fico triste por fazermos tanto pelo país e ver um meio fazer uma palhaçada destas. Nunca pensei em fazer marmelada nenhuma. Me orgulho de estar em um grupo que só tem homens", garantiu o atleta. "Se fosse para fazer marmelada, nem precisava levar os 12 para a quadra. Não sei o porquê estão falando de derrota para a Bulgária quando somos campeões mundiais", comentou. Além de defender seus argumentos, o ponteiro aproveitou a oportunidade para atacar a Federação Internacional de Vôlei (FIVB), que aprovou um regulamento que claramente beneficiava a Itália.
"Derrota nunca é boa. Ninguém gosta de perder, sempre fazemos de tudo para ganhar títulos. Se o regulamento fez com que isso acontecesse, a culpa não é nossa. O Bruno precisava descansar, ele não estava conseguindo fazer nem aquecimento de rede direito", justificou o atleta.
Giba lembrou ainda as dificuldades que os anfitriões impuseram ao Brasil, como uma troca súbita de horário na academia, brigas no restaurante para se ter a mesma comida dos outros times e a pressão sobre levantador italiano Maurizio Latelli, cujo time, o Verona, teria sido multado por tê-lo cedido para auxiliar o Brasil em um treino, quando Marlon, com uma colite, ainda não tinha condições de se exercitar. Entretanto, respondeu aos rivais com sarcasmo.
"A Itália fez o regulamento para chegar na semifinal, e chegou, foi quarta. Mas será que se fosse outro regulamento teriam chegado perto do oitavo? O nível estava forte", declarou o capitão do time, sem esconder a satisfação pelo resultado final da disputa.
Fonte : Gazeta Esportiva
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