Futebol do Rio cresce

Publicado  quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Com quatro times entre os seis primeiros do Brasileirão, Patrícia acredita que o futebol do Rio está vivendo um momento diferente - de parceria entre os clubes fora do campo. Diz que a prefeitura está ajudando a viabilizar a construção de centros de treinamento para os outros três grandes.
- Nisso estamos um pouco na frente porque já temos o CT. O Fluminense está vendo o Banana Golf. O Vasco quer um terreno no Rio das Pedras, que tem que ser desapropriado. O Botafogo pensava ao lado do Engenhão - agora não sei se mudou. Mas o clima entre os presidentes está muito bom. Assisti ao show do Paul McCartney com o Maurício (Assumpção, presidente do Botafogo) e com o Roberto (Dinamite, presidente do Vasco), no Engenhão. E fica sempre um constrangimento sempre nos cinco primeiros minutos. Roberto ganhou a eleição e tinha um jogo no dia seguinte, aí liguei para dar parabéns. Ele me falou: “Está ligando para isso ou para secar?” Eu disse: “Se funcionar, já valeu a ligação”. É uma convivência muito boa. Com o Maurício eu falo mais. O Peter (Siemsen, presidente do Fluminense), quando era candidato, falei para ele parar de ficar me ligando e porque perderia a eleição. Imagina se ele é visto com a presidente do Flamengo? Ele é muito agitado, preocupado. Dele hoje estou mais distante. 
Patrícia diz também que o único clube que não antecipou as cotas do novo contrato de TV foi o Flamengo - mas admite que antecipá-las é quase inevitável. A presidente ainda tem um ano e três meses de mandato, mas mira alto. 
- Somos campeões mundiais de remo, ginástica, natação. Mas o (César) Cielo não foi formado aqui, nem a Fabiana (Beltrame, remadora). Já Diego e Daniele (Hypolito), sim. E já se faz uma associação. Você traz esses grandes atletas e começa a formar de novo. Não quero ser campeã só no futebol. Lá... temos que fazer o que diz o Vanderlei: ficar três, quatro, cinco anos na Libertadores. Se acostumar a jogar igual ao São Paulo fez. 
A dirigente não se assume como candidata à reeleição - muito porque sabe que, no caldeirão da Gávea, é cedo para abrir flancos. Diz que a única promessa que fez foi "entregar o Flamengo melhor que encontrei". E acha que essa promessa já foi cumprida.  Mas certamente até 31 de dezembro de 2012 outras crises virão. No Flamengo, a piada de ontem é a verdade de hoje: um flato ocasional vira manchete. Tudo é super-dimensionado. Entre Obama e o Afeganistão, Patrícia Amorim tem ainda 14 meses de mandato - e a cadeirinha velha diante da Lagoa. 
- É aqui que eu venho, sento, penso, choro. Já chorei muito sentada nessa cadeira... com essa vista. E tenho escrito memórias - um livro - não posso deixar passar isso. Não é pra vender - é pra mim mesma. É um diário, mas é engraçado até: só consegui escrever sobre os problemas do ano passado agora, quando a fase ficou ruim de novo. 
Ali, sozinha, no refúgio diante da paisagem, a presidente, executiva, vereadora e super-mãe Patrícia Amorim tem um pouquinho de menina. Uma menina carregando 35 milhões de sonhos.

Fonte : globo.com

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