Brasil é derrotado pela anfritriã, República Tcheca, e está fora das quartas de final do Mundial. Agora, jogará torneio de consolação.
A equipe alternou poucos bons momentos,com longos e inaceitáveis apagões. Terminou o primeiro quarto ganhando por 20 a 17, mas no segundo, passou cinco minutos sem marcar um ponto sequer, o que possibilitou que as tchecas virassem para 29 a 20. Houve uma reação e o Brasil conseguiu terminar o primeiro tempo ainda em vantagem: 36 a 34.
Mas veio o terceiro período e o segundo apagão, pior que o primeiro. Com quatro minutos na etapa, as donas da casa venciam por 49 a 41 e, dois minutos depois, aumentaram ainda mais a diferença, quando chegaram a 54 a 41. No quarto período, o que se via em quadra era um time apático, que abusava dos erros. A situação piorou ainda mais quando a pivô Érika cometeu a quinta falta e deixou o jogo. O Brasil tornou-se uma presa ainda mais fácil, e sem qualquer poder de reação.
Dependência Duas jogadoras, a ala Iziane e a pivô Érika são as personagens que ilustram bem o que foi o Brasil nesse Mundial. As duas carregaram praticamente sozinhas, o time em todas as partidas. As demais foram meras coadjuvantes, tanto quanto o técnico Colinas, que não aproveitava o momento bom das jogadoras que vinham do banco.
A concentração do jogo em poucas atletas foi um retrato da dificuldade brasileira. Poucas atletas conseguiam mais que 10 pontos por partida, ao contrário das adversárias, que tiveram quatro, às vezes cinco atletas entre as principais pontuadoras. Na estreia por exemplo, quando a Seleção Brasileira perdeu para a Coreia do Sul, uma das médias de altura mais baixas da competição, junto com as japonesas, por 61 a 60, só as pivôs Érika (15 pontos) 1 Alessandra (13), passaram dos 10 pontos. No adversário, quatro jogadoras.
Na vitória sofrida sobre Mali, a frágil seleção africana, por 80 a 73, foram três com dois dígitos: Helen (20), Érika (14) e Damiris (11), contra cinco no adversário. Na derrota para a Espanha, por 69 a 57, três ultrapassaram essa marca, Érika (14), Iziane (12) e Damiris (10), enquanto a Espanha teve também três jogadoras com dois dígitos.
Na segunda fase, na derrota por 76 a 53 para a Rússia, Érika fez 11 pontos , mesmo total de Iziane. Quatro russas ultrapassaram essa marca. Na vitória sobre o Japão, por 93 a 91, a única vez que quatro subiram de 10 pontos: Érika (32), Iziane (24), Sílvia (11) e Karen (10). Mas quatro japonesas também registraram dois dígitos. Ontem, novamente a dependência de Iziane, com 27 pontos e Érika, com 16. Ninguém mais foi além de seis pontos, enquanto quatro tchecas passaram dos 10 pontos.
Muita gente pode querem lembrar os tempos de Paula e Hortência, as “rainhas”, que comandaram o Brasil no título mundial de 94 e na medalhas olímpica de prata em Atlanta’96, no entanto, elas tinham coadjuvantes, como Janeth, Marta, Branca, Adriana, Helen, Alessandra, que também foram importantes. E fica claro, também que a renovação é urgente, afinal de contas, o Brasil que foi a Brno, a sede dos jogos do time nesse Mundial, tinha duas jogadoras de 37 anos, justamente Helen e Alessandra; além da armadora Adrianhinha, com 31, e a pivô Kelly, que nem sequer jogou, com 30.