Dez anos após prata olímpica, um novo Quirino surge no atletismo

Publicado  domingo, 15 de agosto de 2010





Em 2000, Claudinei Quirino entrava para a história do atletismo brasileiro ao conquistar a prata olímpica no revezamento 4x100m em Sydney. Enquanto isso, em Belo Horizonte, Rubens Quirino brincava de pique-pega com a irmã mais nova e apenas assistia ao ídolo na televisão. Mas a coincidência de dividir o sobrenome com o atleta o incentivou a levar a brincadeira a sério. Hoje, dez anos após o feito na Austrália, um novo Quirino surge entre os primeiros do ranking nacional sub-23 no revezamento 4x100m (terceiro colocado) e nos 200m (quarto colocado), mesmas provas disputadas por seu “heroi das pistas”. E Rubens, que não tem nenhum parentesco com Claudinei, pretende levar as similaridades além, com uma medalha nos Jogos do Rio de Janeiro-2016.
- Quero fazer a dinastia dos Quirinos. Na década de 1990, Claudinei dominou. Agora, é a minha vez. Quero pegar o bastão e tentar ser tão fenomenal como ele foi. Gostaria muito de conhece-lo. Ver como corre ali de perto. Até seu andar eu queria copiar (risos). Tenho muito a aprender com a sua história – disse Rubens, bronze nos 200m e revezamento 4x100m nos Jogos Sul-Americanos de Medellín, em março.
Com sotaque mineiro e jeito de menino, o atleta de 21 anos gostaria de ser mais parecido com Claudinei. Mas é apenas quando entra na pista e seu nome aparece como o vencedor da prova que as pessoas perguntam sobre algum parentesco.
- Não é todo mundo que percebe. Mas ouvi algumas vezes lá no Sul-Americano que eu tinha futuro que vinha do berço. Ia ser legal chamar ele de primo (risos). Mas não dá. Não temos nenhum laço de parentesco, pelo menos que eu saiba. Para mim, é um orgulho ter o mesmo sobrenome e disputar as mesmas provas que ele. Mas também é uma responsabilidade muito grande.


Sacrifício para ser o melhor do Brasil


A rotina de Rubens não é fácil. Além do treino diário, o atleta cursa duas faculdades: economia e publicidade. O acúmulo de tarefas já chegou até mesmo a levá-lo ao hospital e o fez deixar o atletismo por um ano, antes da classificação para o Sul-Americano.
- Já tive convulsão por stress. É muita coisa ao mesmo tempo. Ano passado, decidi parar de treinar para me dedicar às faculdades. Mas a vontade de ser atleta despertou novamente e voltei. Meu sonho é ir às olimpíadas e trazer uma medalha. Acho bastante possível. Mas também penso no momento em que eu parar de ser esportista. Imagina se eu me machuco. Preciso ter o respaldo de uma outra profissão – afirma Rubens.


Apoio total do ídolo


Já aposentado, Claudinei Quirino lembra com carinho dos momentos que passou nas pistas. Ao saber que um novo atleta estava levando seu sobrenome de volta aos primeiros lugares do ranking, o medalhista olímpico não escondeu a satisfação.
- Ficaria muito feliz de vê-lo correndo. Ainda mais por ele disputar os 200m, prova que me consagrou e pela qual tenho tanto carinho. Ver alguém levar o nome Quirino ao alto de novo é emocionante para mim. Torço para que ele conquiste tudo o que desejar.

Fonte : globo.com

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